Sobre a deliberação: “Não se deve esquecer, portanto, que ter a consciência sobre algo é suficiente para que haja a intencionalidadeBrentano propôs que o conceito do conhecimento fosse a inexistência intencional, em que o sujeito “conhece” cada objeto apenas em sua mente, primordialmente. Clique no termo para aceder à definição completa acerca deste algo. Ter a consciência
A consciência nos parece um fluxo de muitas coisas – principalmente pensamentos – e que também nos parece que não pode ser apreendida completamente em toda a sua cadeia de acontecimentos. Clique no termo para aceder à definição completa da existência, das possibilidades
Todas estas personagens que estudaremos aqui, dentre eles os filósofos Cínicos, os modernos gurus e os sobre-humanos coaches, estão mesmo a lidarem, ainda que de formas diferentes e até inusitadas, com uma mesma coisa: a... Clique no termo para aceder à definição completa, não requer que a coisa
No limite, ao se perceber na mais completa absorção da individualidade que algum dia pensou ter, totalmente absorvido por um ente maior, externo, perceberá que deixou completamente de ser um sujeito – quando estará a... Clique no termo para aceder à definição completa exista como oportunidade
Oportunidades são possibilidades que se mostram, pelas próprias circunstâncias do agir e expressam os meios de como se relacionar com o mundo. Clique no termo para aceder à definição completa. Assim, alguém que esteja no topo, poderá não ter mais algumas opções
Então, minha escolha já está a ser um efeito de uma causa determinadora (condicionadora e limitadora) das possibilidades. Não são possibilidades, então. O que tenho disponível como escolha, para mim, desta forma, são apenas as... Clique no termo para aceder à definição completa para si sobre algo, mas saberá que este algo existe, pois carrega consigo esta consciência e também a própria consciência acerca da privação deste algo, o que não pode ser tão confortável assim para quem julga ter condições de possuir tudo o que desejar. São as complexidades humanas, afinal, que habitam em nós em suas contrariedades.
Mas, pensemos nesta suposta vida dos que estejam alocados no topo. Quando se precisa agir, ainda que sob a tutela da astúcia da razão, o que ainda propicia uma suposta sensação de liberdade, mesmo assim pode-se sempre contratar uma outra pessoa que decidirá por si, que é um “personal professional deliberator”, alguém capacitado para escolher por alguém que não quer ter este esforço deliberativo. E supostamente, assim, o número de decisões do abastado sujeito que não quer mais decidirA volição se dá pela autoconsciência, a se posicionar dentro de todas as possibilidades, pelos próprios conteúdos que possui e que, assim, adentra às dimensões das regras, da ordem simbólica e de sentimentos como a... Clique no termo para aceder à definição completa cairá, tanto mais se esteja no topo ou próximo a ele.
A estrutura a sua volta, pelas ações dos subordinados ou empregados, tratará da maioria dos assuntos cotidianos que lhe dizem respeito, e pouco sobrará para decidir ou escolher, como se tudo viesse automaticamente ao seu encontro. A vida no topo parece correr de forma que supostamente terá todo o tempo do mundo, ao que parece, sem as rotineiras e desgastantes decisões que todos os simples mortais precisam tomar. Mas, os decisores profissionais, ainda assim, estarão na instância de deliberarem, pois a deliberação precisa ser realizada, sempre, haja o que houver, seja por quem for.
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O estatuto de deliberar pode, então, mudar de mãos, mas não se extingue, todavia. Ainda que as escolhas não sejam feitas pelo sujeito, ele tem consciência de todas elas, e são deles as consequências, as resultantes. Ele escolheu não escolher, mas nunca poderá escolher não agir, pois, se nega uma deliberação que feita para si, já está a renunciar sua escolha anterior, de não escolher diretamente, ou não escolher nada mais, ao mudar de atitude e deliberar a favor de outras escolhas, que sempre estiveram consigo, e sempre estarão, pois não há como fugir delas. E isto pode ser considerado como ilusão, portanto, pois o sujeito sempre estará a lidar com suas possibilidades, obrigatoriamente. A vida “fácil”, sem escolhas, é uma ilusão trabalhada à perfeição pelas obras literárias e teledramaturgias.
A facilidade da vida, no imaginário popular, passa a ser considerada como proporcional à ociosidade, que resulta da menor complexidade de se deliberar sobre questões diversas. Pois escolher é sempre correlacionado aos desejosEis a grande síntese da atração: poder como meio, possibilidades como fim. E nisso, o desejo, e principalmente o desejo pelo desejo do outro, pois isso significa que o outro, a desejar, estará a dar... Clique no termo para aceder à definição completa, ao que se quer. E, como se sabe, este é um campo minado e complexo de se lidar. Por isso, a felicidade suprema pode ser interpretada como o não mais desejar nada, ou não mais deliberar sobre nada, pois será assim quando tudo se tem ou quando nada mais lhe faz falta
A diferença é o motor que faz movimentar aquele que a percebe em si, em relação a algo ou a alguém, e que busca sair de um estado de potência para atingir um estado de realização... Clique no termo para aceder à definição completa. Foi exatamente assim que os Cínicos da antiguidade buscaram como sua melhor forma de viver a vida, ao virarem as costas para todas as formas
Esta capacidade da autoconsciência é que irá definir se a relação é boa ou não – pois o que interessa, mesmo, é a forma como as relações estão estabelecidas que darão elementos para uma escala de... Clique no termo para aceder à definição completa organizadas de estruturas que os levassem a ocupar posições deliberativas.” (em O Guia Cínico e Selvagem dos Jogos da Vida, Cap. V)
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“O facto é que a estrutura"A vida se dá na estrutura. Se existe alguma dualidade, tão duramente combatida pelos contemporâneos monistas, então há uma essência, ou alma, ou substância, ou uma mente separada, seja lá o que for, mas apesar... Clique no termo para aceder à definição completa não se curva às idealizações de ninguém, e é isto que leva às dissonâncias
O capitalismo subverteu as noções evolutivas da natureza. As subversões estruturais são justamente os acontecimentos paradoxais capitalistas. Clique no termo para aceder à definição completa nos acontecimentos. E isto ocorre não apenas no mundo comum e popular, mas também nos campos académicos, especialmente nas Humanidades, quase que sem exceções.
Há crençasAs crenças começam a serem formadas desde tenra idade, pela convivência e aprendizado, e iniciam a construção do que é chamado de subjetividade, ou de mundo interior, para o que seja verdadeiro ou falso, bom... Clique no termo para aceder à definição completa académicas profundas acerca da máxima autonomia do sujeito que supostamente possui capacidade para deliberar todas as suas escolhas e estabelecer modos de agir, individualmente, como origem
O Universo é somente aquilo que conhecemos e que supomos existir, com o acréscimo de nossas crenças e desejos, vontades e intenções, tudo representado metafisicamente em nossa mente por algo transcendente que parece ordenar o... Clique no termo para aceder à definição completa primária[1] de seus próprios movimentos
"Mas, o fluxo de ida e de volta, de movimento e paralisia, entre qualidade e quantidade, se consistentemente realizado, chega a um ponto mediano, condensado, clusterizado, e que pode dar uma impressão de ser isto... Clique no termo para aceder à definição completa existenciais causados apenas por si mesmo, sem nenhuma influência para além de si, a priori. Uma herança da ideia da máxima racionalidade, capaz de tudo fazer e promover. E isto passou a ser defendido genericamente desde as teorias do livre arbítrio
É o poder exclusivo de deliberar apenas segundo os seus próprios desígnios, e apenas desta forma. No livre-arbítrio radical e ativo, todas as ações são deliberadas, sem exceção, e de única responsabilidade de quem as... Clique no termo para aceder à definição completa agostinianas e mais acentuadamente com o Iluminismo, a chegar aos nossos dias, como se nada mais houvesse para além do indivíduo a interferir em suas intenções ou ações. E vem a ser reproduzido exponencialmente entre a pretensão humana em relação
"Podemos perceber, ao menos pelo aspeto das forças dos desejos, que os relacionamentos se estabelecem pelos entrecruzamentos dos desejos do desejante pelo desejável; e pelo desejável, quando assume igualmente um desejo pelo desejante e, assim, é... Clique no termo para aceder à definição completa a si mesma e a fé extrema na autossuficiência da sua própria racionalidade, tudo sempre como uma forma de afirmar uma liberdade já tão combalida de uma individualidade
Não somos uma unidade, mas sim uma pluralidade convencida de ser uma individualidade, e em luta de ser o que nunca poderemos ser, de facto. Clique no termo para aceder à definição completa que nunca operou como desejada.
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Pensamentos assim são como as viagens psicadélicas coletivas com as drogas mais alucinógenas que existem ou já existiram, tomadas em dosagens concentradas, visto que estamos no terceiro milênio depois de Cristo e com todo um manancial de dados e factos"Dentre tantos conceitos que deixaram de ser “impossíveis” e passaram a ser decretados possíveis, mesmo que nem sequer possam existir, como no caso da própria universalidade. Mas isso só se deu pela eficiente ação do... Clique no termo para aceder à definição completa que nos possibilitariam uma reveladora releitura de nós mesmos antes mesmo de buscarmos uma tese última sobre algo, ao menos nas Ciências das Humanidades.
Se assim for feito, em revisão, rapidamente poderemos perceber que o sujeito autônomo e deliberativo não será nada mais do que aquilo que sempre foi: uma utopia – e das mais obscenas que existem, pois nunca foi colocado em causa que há sempre algo mais presenteA parte imanente da quarta esfera do esquema conceitual do possível. Clique no termo para aceder à definição completa nas deliberações tomadas e tidas como individuais, e que a própria autonomia seja ela mesma uma outra idealização bestial. Somos todos, mais ou menos, replicadores e reprodutores de algo que nos transcende, o que não é fácil de se aceitar, ainda mais quando se imagina profundamente racional.” (em O Guia Cínico e Selvagem dos Jogos da Vida, Cap. VII)
Notas sobre a deliberação:
[1] É justamente a existência desta “origem primária” a premissa que leva ao erro conceitual de uma causação primeira, mas já fugimos deste risco ao evocarmos o conceito da causação imanente"Há também o determinismo divino do filósofo holandês Baruch Espinoza (1632 – 1677), a partir de sua brilhante conceituação de causação imanente, em que a causa está no efeito, e o efeito está na causa,... Clique no termo para aceder à definição completa de Espinoza.
Sobre a deliberação: Conteúdo Protegido.