[1] Sempre usaremos minúsculas para designar deus, propositalmente. E isto não se dá com o objetivo de agredir a fé de ninguém ou desrespeitar qualquer crençaAs crenças começam a serem formadas desde tenra idade, pela convivência e aprendizado, e iniciam a construção do que é chamado de subjetividade, ou de mundo interior, para o que seja verdadeiro ou falso, bom... Clique no termo para aceder à definição completa pessoal, mas apenas para não evocarmos nenhum conceito de um deus específico, mas sim um genérico, funcional e que se correlacionará com o nosso esquema conceitual do possívelÉ um modelo para que o possível possa ser compreensível didaticamente, e este é apresentado como um conjunto de camadas formado por esferas concêntricas, de diferentes tamanhos, na qual a menor é a mais densa... Clique no termo para aceder à definição completa. Por isso, mesmo que existam referências mais específicas com algumas das religiões mais conhecidas e adotadas, o mesmo valerá para as demais religiões, na maioria das vezes. Buscamos mesmo a fundamentação funcional de deus e, por consequência, das religiões.
“Para os crentes em deus[1], a própria dimensão divina é uma projeçãoNão são possibilidades, então. O que tenho disponível como escolha, para mim, desta forma, são apenas as oportunidades - são as imagens. Clique no termo para aceder à definição completa deste topo dos topos, onde este deus está funcionalmente orientado para dizer sim para tudo o que se pede ou avalizar tudo o que se faz, a partir da perspetiva do devoto, que assume que a deliberação sempre será a seu favor, ou a favor dos seus protegidos e, obviamente, contra seus inimigos, como se fosse o crente a própria estrutura criadora, o verdadeiro espíritoE, por isso, além de influenciar os indivíduos, esta suposta inteligência superior deve ser eficientemente capaz de se ocultar, pois há na maioria das pessoas a verdadeira certeza de que toda a ação é mesmo... Clique no termo para aceder à definição completa diretor, e deus passa a ser o agenteO compatibilismo mescla o determinismo com o livre-arbítrio, com uma “relatividade” para cada escolha que se faz, a assumir que certas deliberações serão mesmo determinadas, e assim o livre-arbítrio não será exequível.... Clique no termo para aceder à definição completa outorgado a ocupar uma posição com o objetivo de dizer sempre sim aos petitórios feitos. Tal e qual, a perspetivaO perspetivismo considera sempre um contexto, um conjunto de condições e situações que são relevantes para o conjunto considerado. Clique no termo para aceder à definição completa é apenas sobre os verdadeiros criadores e as suas criaturas funcionais que passam a serem dirigidos.”
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“Esta maioria, apesar de ser ela própria a criadora de um nada substancial, nunca perde a sensação de que há algo desconhecido, completamente estranho, que sempre está logo ali, bemO bem sempre é o alvo das atenções. O supremo bem é a cereja do bolo que o espírito obsessor promete, em todas as instâncias sociais que conhecemos. E se faz presente como supremo bem, para... Clique no termo para aceder à definição completa à sua frente, mas que é invisível, embora sempre presenteA parte imanente da quarta esfera do esquema conceitual do possível. Clique no termo para aceder à definição completa, a aguardar por isto que ela está a fazer. É quando o nada substancial passa a ser sentido, percebido, mas apenas em pensamentos, em assombrações, a ditar uma nova ordem que passa a ser nutrida coletivamente. Mas a maioria não apenas aguarda esta nova ordem se manifestar, como também tem imensa atividade intencional-interpretativa deste nada, a resultar em decisões que a levará a agir, a se movimentar, mesmo que não saiba para onde ou porquê.
Mas se entrega incondicionalmente a isto: às possibilidades que este nada substancial parece possuir. E passa a ser viciada nele, pela exacerbação dos próprios desejos que veem ganhar vida e legitimidade a partir da associação deste projeto de possível não ser mais seu, mas sim do nada substancial, e isto passa a ocorrer até que se perceba sem nenhum domínio sobre suas próprias vontades, ao menos em relação"Podemos perceber, ao menos pelo aspeto das forças dos desejos, que os relacionamentos se estabelecem pelos entrecruzamentos dos desejos do desejante pelo desejável; e pelo desejável, quando assume igualmente um desejo pelo desejante e, assim, é... Clique no termo para aceder à definição completa às possibilidadesTodas estas personagens que estudaremos aqui, dentre eles os filósofos Cínicos, os modernos gurus e os sobre-humanos coaches, estão mesmo a lidarem, ainda que de formas diferentes e até inusitadas, com uma mesma coisa: a... Clique no termo para aceder à definição completa. Já se encontra dominada pelo que não conhece, embora este desconhecido seja fruto de sua própria criaçãoO Universo é somente aquilo que conhecemos e que supomos existir, com o acréscimo de nossas crenças e desejos, vontades e intenções, tudo representado metafisicamente em nossa mente por algo transcendente que parece ordenar o... Clique no termo para aceder à definição completa.
Em resumo: cria-se um nada, dá a ele substância própria de siNão somos uma unidade, mas sim uma pluralidade convencida de ser uma individualidade, e em luta de ser o que nunca poderemos ser, de facto. Clique no termo para aceder à definição completa e, por fim, projeta sua vida neste nada. E o nada passa a reger tudo o que há. Intrigante, no mínimo, mas é assim mesmo. É assim que formas ganham vida, a se servirem de conteúdosEsta capacidade da autoconsciência é que irá definir se a relação é boa ou não – pois o que interessa, mesmo, é a forma como as relações estão estabelecidas que darão elementos para uma escala de... Clique no termo para aceder à definição completa, e a gerarem valoresEsta escala é uma ferramenta, possui uma função que é resolver sobre suas deliberações. E os valores da escala são os conceitos simples e sempre binários, que emergem da dimensão do que todos consideram como... Clique no termo para aceder à definição completa que são recebidos pelos verdadeiros criadores do nada existencial.
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Por isso que a hesitação do sujeito inserido nessa maioria criadora do nada que controla a tudo e a todos, tanto pode ser imediata, quase instantânea, como pode até ser tardia. Mas sempre acabará por ocorrer. E o que o faz o sujeito se manter na estrutura"A vida se dá na estrutura. Se existe alguma dualidade, tão duramente combatida pelos contemporâneos monistas, então há uma essência, ou alma, ou substância, ou uma mente separada, seja lá o que for, mas apesar... Clique no termo para aceder à definição completa, sempre que possui um momento destes, é o que mais o convence a prosseguir quando “tudo” o levará a crer que seja ele próprio o único responsável por todas as suas ações. Pois o que vem de fora é também o que ele próprio projetou, como cocriador do nada substancial.
Este “tudo” é esse algo invisível que ele já percebe a lhe orientar os passos, mas que ainda não sabe o que seja realmente, mas sente a intimidade substancial. E tampouco se questiona acerca disso, mantem-se em silêncio, como se fosse obediente ou temente ao nada substancial criado.” (em O Guia Cínico e Selvagem dos Jogos da Vida, Cap. V)
[1] Sempre usaremos minúsculas para designar deus, propositalmente. E isto não se dá com o objetivo de agredir a fé de ninguém ou desrespeitar qualquer crença pessoal, mas apenas para não evocarmos nenhum conceito de um deus específico, mas sim um genérico, funcional e que se correlacionará com o nosso esquema conceitual do possível. Por isso, mesmo que existam referências mais específicas com algumas das religiões mais conhecidas e adotadas, o mesmo valerá para as demais religiões, na maioria das vezes. Buscamos mesmo a fundamentação funcional de deus e, por consequência, das religiões.
Figura: A criação de deus, por Carlos Ruas. Fonte: Instituto Claro