“…o filósofo alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel apresenta[1] a história como a resultante da manifestação inteligente de um espíritoE, por isso, além de influenciar os indivíduos, esta suposta inteligência superior deve ser eficientemente capaz de se ocultar, pois há na maioria das pessoas a verdadeira certeza de que toda a ação é mesmo... Clique no termo para aceder à definição completa racional absoluto – não, não é a mão invisível do mercado a que Hegel se referiu, caso algum leitor seja um neoliberal que esteja agora a suspirar, esperançosamente. E este espírito hegeliano é a própria racionalidade manifestada. E, assim, é este espírito integralmente racional que possui uma regência da vida e dos acontecimentos, de uma forma ou de outra, pela ordem que estabelece a partir de sua atuação fenoménica. Assim, perceberemos a dialética hegeliana.
Se pensarmos assim, como Hegel, a grosso modo, apenas, sem objetivos profundos de elaborar todas as questões que saíram e ainda saem destas impressionantes premissas hegelianas, podemos perceber que os grandes líderes das nações, responsáveis pelos acontecimentos de grandeza e magnitudes de transformações que fizeram “mudar” o rumo da história, sempre foram como marionetes, como atores a representarem papéis que lhes foram dados, ou quase isso, pelas mãos deste espírito e, por mais que eles quisessem “mudar” os rumos que a história tomou, nunca o teriam conseguido. Pelo contrário, eles lá estiveram, ou estão, pois fazem parte deste plano racional do tempo sucessivo, entre acontecimentos provocados para serem o que deveriam ser. Estavam no topo e, mesmo assim, não conseguiriam fazer diferente do que foi feito. Seriam eles (e nós) decisores ou meros executores?
Hegel até pressupõe que exista um limiteTodas estas personagens que estudaremos aqui, dentre eles os filósofos Cínicos, os modernos gurus e os sobre-humanos coaches, estão mesmo a lidarem, ainda que de formas diferentes e até inusitadas, com uma mesma coisa: a... Clique no termo para aceder à definição completa individual
Não somos uma unidade, mas sim uma pluralidade convencida de ser uma individualidade, e em luta de ser o que nunca poderemos ser, de facto. Clique no termo para aceder à definição completa para as liberdades de escolhas
Então, minha escolha já está a ser um efeito de uma causa determinadora (condicionadora e limitadora) das possibilidades. Não são possibilidades, então. O que tenho disponível como escolha, para mim, desta forma, são apenas as... Clique no termo para aceder à definição completa, supostamente ilusórias, que é representado pela “astúcia da razão”, como oferta ou graciosa dádiva
Oportunidades são possibilidades que se mostram, pelas próprias circunstâncias do agir e expressam os meios de como se relacionar com o mundo. Clique no termo para aceder à definição completa deste mesmo espírito absoluto, em que permite o sujeito fazer, no campo da vida individual, pequenas ações supostamente contrárias à razão, mas que estas nunca influenciariam o macro curso da história, sempre gerida com precisão por este espírito absoluto que então estabelece uma linha de destino dos acontecimentos, previamente traçada pela razão absoluta, e que é um desenrolar de desdobramentos e acontecimentos sucessivos e dialéticos que sempre ocorrerão, independente das individualidades.
É como se a razão fizesse tolas concessões a cada um de nós, para que pudéssemos ter ilusões sobre nossas individualidades e capacidades de tomadas de decisões, mas todas inócuas, afinal. Na hesitaçãoSurge com o acontencimento do estranhamento e é manifestada pela paralisação do agir, anomalamente ao esperado. Clique no termo para aceder à definição completa, ocorre algo semelhante, em que o sujeito passa a perceber que não estará a agir por sua própria vontade
A vontade se dá pelo surgimento da oportunidade que surge da relação consciente, pois é uma força quase imanente, a buscar o potencial imanente. Clique no termo para aceder à definição completa, ao perceber que deixará de comandar como supunha ser e passará a ser comandado, ou subjugado. É um assinte para o orgulho humano, todavia. E isto é um processo dialético, sempre, e Hegel apresenta, cirurgicamente, o mecanismo em que tudo se dá e como tudo se opera pela gestão direta da racionalidade histórica.
A dialética hegeliana é composta por três partes e pode ser exemplificada e compreendida através do (1) curso corrente, a transcorrer, como a vida bemO bem sempre é o alvo das atenções. O supremo bem é a cereja do bolo que o espírito obsessor promete, em todas as instâncias sociais que conhecemos. E se faz presente como supremo bem, para... Clique no termo para aceder à definição completa formada, estável e sustentável, em paz, com progresso e felicidade, bem ao estilo dos comerciais de margarinas de uma família de Orlando, Flórida. Uma rotina em que todos possuem seus lugares e o mundo progride lindamente. Esta é a situação imaginada e presente
A parte imanente da quarta esfera do esquema conceitual do possível. Clique no termo para aceder à definição completa nas conceituações sobre uma vida desejável. É o possível
O possível é tudo o que você conhece somado a tudo o que poderá conhecer, ser e estar, mas que ainda não lhe será suficiente. O possível é a zona da consciência realizada mas profundamente... Clique no termo para aceder à definição completa. Mas, logo, (2) haverá algo que aconteça, e que seja considerado como ruim ou mal, como negação do bem, a causar desordem na ordem estabelecida, a ameaçar o status quo ou o establishment, a se mostrar como impossível, mas que se faz necessário para, pela (3) reação e superação, se elevar ao progresso, à melhoria evolutiva dos tempos
O tempo, afinal, não é o que temos, mas sim o que somos. O que temos são somente os instantes. E instantes não são o tempo, dado que o tempo é mobilidade e o instante... Clique no termo para aceder à definição completa, talvez com a família a viver no Dubai.
E o que resultará de todo este processo será a síntese que supostamente será melhor do que antes, enquanto havia a suposta paz e progresso dos comerciais de margarinas, ou algo tão cringe como isto. Há sempre mais a se obter daquilo que já existe – eis a justificativa hegeliana, mas é preciso um conflito para causar o progresso. E, assim se dá a evolução, racionalmente.
A partir desta dialética hegeliana, que é mesmo convincente como processo de construção estrutural"A vida se dá na estrutura. Se existe alguma dualidade, tão duramente combatida pelos contemporâneos monistas, então há uma essência, ou alma, ou substância, ou uma mente separada, seja lá o que for, mas apesar... Clique no termo para aceder à definição completa, em que as antíteses, estes “males” desestabilizadores e determinantes, que representam o mal
O pecado não é mesmo o que há de mais gostoso e tentador nas religiões, ao menos na maioria mais conhecida? O mal seduz, estimula e excita. Clique no termo para aceder à definição completa das impossibilidades
"(ver também: real)... E não será difícil uma rápida reflexão para perceberemos que, na vida, o que consideramos serem impossibilidades não duram por muito tempo, pois estas nunca são dadas como definitivas pela mente humana.... Clique no termo para aceder à definição completa, ao chocarem-se com as teses, o establishment, provocam um nó espaciotemporal que levam a uma síntese, a se projetar como uma nova situação, que passará a ser a nova tese, e a reiniciar um ciclo melhorado e autossustentável, até que surja uma nova antítese, visto que apenas as forças objetivas ficam expressas e válidas e o ciclo se estabelece infinitamente, independente dos que atuem nesta estrutura dialética. E o mundo passa a ser operado da forma como o conhecemos, aos trancos e barrancos, muito hegelianamente. O “mal”, assim posto, passa a ser “bom” e útil, e não apenas destrutivo ou antagónico, pela função transformadora que opera na sociedade
A vida social possui valor pois passa a significar situações em que surgem as oportunidades: possibilidades reveladas e tornadas acessíveis. Clique no termo para aceder à definição completa, e pelo resultado que emergirá de seu efeito.
Ou seja, é uma espécie camuflada da malfadada afirmaçãoUm excesso de positividade que restringe a existência a uma parte diminuta e idealizada do todo, na qual as inconsistências rejeitadas não deixam de existir e, assim, causam seus estragos aos que não a querem... Clique no termo para aceder à definição completa de que “os fins justificam os meios”, a perceber que a síntese está predeterminada e para além das capacidades de escolhas que os líderes podem fazer, sejam estes tiranos, reis ou distintos representantes eleitos democraticamente.” (em O Guia Cínico e Selvagem dos Jogos da Vida, Cap. IV)
[1] Hegel, Friedrich. Fenomenologia"Portanto, se há a intenção, há a existência na mente, que é o que importa, mesmo que na realidade o objeto não exista como coisa. Poderá vir a surgir, ou não. E isso, algo aparentemente simples,... Clique no termo para aceder à definição completa do espírito. Tradução de Paulo Meneses com a colaboração de Karl-Heinz Efken e José Nogueira Machado, Vozes, Petrópolis – Rio de Janeiro, 2002;
Dialética Hegeliana: Conteúdo Protegido.