glossário do esquema conceitual do possível serdual - escolhas

Escolhas

Sobre as escolhas: “…O dispositivo Chromecast não possui nenhum conteúdo próprio, é bom lembrar, e apenas transfere conteúdos que você envia e o devolve de forma distinta, alterada e em novo formato projetado a partir da TV.

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Mas também os conteúdos que projetamos (ou escolhemos assistir) na TV também não são nossos, e não os possuímos, não nos são imanentes, mas sim transcendentes a todos nós, pois estão na internet ou em certas medias e sujeitos às regras técnicas e de categorizações. São todos representações que existem acerca da realidade. Formam um conjunto finito e limitado, ainda que imenso. Não expressam o que realmente eu quero, ou desejo, ou preciso, mas sim o que “julguei” que pudesse me saciar. O que quero assistir, afinal, precisa estar conforme com o que se há para se querer. Se não estiver, ficarei insaciável em relação ao que queria como conteúdo.

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Por isso que nem sempre escolhemos filmes que nos agradam, e a frustração ocorre mais facilmente do que as agradáveis surpresas que raramente temos. E geralmente as boas surpresas se dão quando não possuíamos expetativas. E é por isso que todos os processos de escolhas são feitos a partir de uma base da oferta existente, com a escassez que há nela – ainda que haja uma lista imensa de filmes disponíveis, ao menos alguns estarão indisponíveis, ou muitos com imensa dificuldade de serem encontrados no tempo útil do desejo. Quem nunca quis ver um filme que não estava disponível, e quando o encontrou, tempos depois, já não tinha mais o desejo de vê-lo? Por isso acomodamos nossas escolhas às condições de disponibilidade. Também recebemos influência das sugestões que recebemos, das críticas e avaliações, o que nos estimula ou não.

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E toda esta oferta categorizada – composta por conteúdos e predicativos – não foi construída por mim, nem por você, mas pela coletividade, de acordo com valores e predicações que categorizam e organizam estes conteúdos. Neste caso, filmes – de acordo com determinadas regras predicativas: comédia, suspense, musical, pontuações, rankings, etc. Exceto as produções indianas de Bollywood, que mesclam todos os estilos dentro de um mesmo filme, todo o resto está categorizado por um ou dois estilos, no máximo três, talvez. Mesmo Bollywood, com suas peculiaridades, virou também um estilo. Então, minha escolha já está a ser um efeito de uma causa determinadora (condicionadora e limitadora) das possibilidades. Não são possibilidades, então. O que tenho disponível como escolha, para mim, desta forma, são apenas as oportunidades.” (em O Guia Cínico e Selvagem dos Jogos da Vida, Cap. XV)

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