glossário do esquema conceitual do possível serdual - modo de ser

Modo de Ser

O modo de ser é a parte imanente da quarta esfera do esquema conceitual do possível.

“Este modo é, por vezes discretamente aristotélico, pode ser comparado ao conceito de presença heideggeriana, que é a ocupação plena do próprio eu estrutural, com menos potência do que ato, que se expressa pela excitação progressiva da alocação e da estimulação da imaginação do sujeito, a direcioná-lo espacialmente às possibilidades – todas a níveis profundos em si mesmo ou para muito além de si – e são estas possibilidades as que “sustentam” cada uma das individualidades, dando-lhes tanto uma essência quanto um propósito, mas tudo ainda obscenamente disperso e por vezes ininteligível, e que causam sensações viscerais ao se perceber o que o está a separar delas.

O modo de ser é o corpo que envelhece com o tempo enquanto estrutura aprisionada na estrutura, a ser absorvido lentamente, consumido aos poucos, a entregar sua existência em troco de nada, enquanto é digerido pela sua própria perspetiva. E tal consumação se dá enquanto está a percorrer os caminhos do mundo, nas suas mais loucas viagens, a apreender tudo o que lhe é afim enquanto a dor lhe faz questionar a si mesmo, e a tudo o que há, em busca de algo que percebe estar para alem de si mesmo.

e…

Este modo de ser se dá no devir, quando se vive este devir em ato com toda a potência que for capaz de tirar de si mesmo – o tempo é uma distante e fugaz possibilidade, e por isso o espaço é priorizado como meio de ocupação, de presença. Mas, tal limitação o faz querer mais, e para atingir um modo de existir que está para além da mera ocupação espacial, ele precisa, assim, fazer questões a si mesmo – questões sobre a realidade, sobre o que há para além de suas ilusões que começam a lhe incomodar, e a doer-lhe os pensamentos; mas estas questões não lhe são imediatamente todas próprias, afinal, e são percebidas de formas incompletas ou insuficientes.

O sujeito precisa, assim, investir também neste modo de existir para que possa, afinal, perceber mais do que a sua própria alocação estrutural, e assim fará enquanto “constrói” o seu ser.” (eO Guia Cínico e Selvagem dos Jogos da Vida, Cap. VI)

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