“Mas nesta visão ocorrida pelas brechas existentes da estrutura nada há o real, para além de um deserto, de uma dimensão ainda inabitada e inexplorada, e isto é algo desesperador e profundamente inquietante. Pois não é um deserto produzido pela interação entre todos os que compõem, constroem e sustentam a estrutura"A vida se dá na estrutura. Se existe alguma dualidade, tão duramente combatida pelos contemporâneos monistas, então há uma essência, ou alma, ou substância, ou uma mente separada, seja lá o que for, mas apesar... Clique no termo para aceder à definição completa, tal como um deserto aparentemente hostil que sempre possui algum oásis algures.
O deserto do real é mesmo vazioO abismo é o que separa os modos de ser e de existir. No abismo, não há linguagem, nem idioma, nem palavras, apenas sentimentos viscerais, apenas hiatos entre a subjetividade e a consciência, e a... Clique no termo para aceder à definição completa, inabitado e realmente hostil, sem nenhum oásis. Mas, o mais impactante é que é um deserto apenas daquele que o vislumbra e logo, certamente, concluirá de forma angustiante que por existir uma dimensão como esta, mesmo que inacessível, sempre esteve a viver em uma ilusão propositada para deixá-lo distante da realidade – e o sujeito se questiona a si mesmo, e passa a existir, passa a algo mais, ou a algo menos – se transforma. E então já terá passado do ponto de não-retorno e sua vida nunca mais voltará a ser apenas uma ilusão, por mais que a deseje para si. Pois, as ilusões não são, necessariamente, experiências ruins, pelo contrário, são sedutoras e reconfortantes, muitas das vezes, enquanto estão a durar. A desilusão é que acaba por ser um grande problema, sempre.”
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“O existente vai para além do cenário construído na estrutura, dos constituintes que operam funcionalmente a deixar a todos aderentes. Mas, pelas capacidades individuais, ou mesmo pelo acaso, há alguns poucos que conseguem perceber as fissuras, as brechas em que se pode permear dos limitados cenários para a realidade que o contém. São habilidades que podem ser desenvolvidas, mas em verdade poucos as desejam de facto. Embora muitos se relacionem com estas visões de forma visceralO visceral se dá nas proximidades do abismo, entre os limites do possível e o caos do impossível. Percebe-se isto pelas sensações viscerais. Clique no termo para aceder à definição completa. A nutrirem tanto desejo
Eis a grande síntese da atração: poder como meio, possibilidades como fim. E nisso, o desejo, e principalmente o desejo pelo desejo do outro, pois isso significa que o outro, a desejar, estará a dar... Clique no termo para aceder à definição completa quanto asco em tais miradas desérticas e angustiantes de si
Não somos uma unidade, mas sim uma pluralidade convencida de ser uma individualidade, e em luta de ser o que nunca poderemos ser, de facto. Clique no termo para aceder à definição completa, nos vais e vens que a vida proporciona com seus movimentos
"Mas, o fluxo de ida e de volta, de movimento e paralisia, entre qualidade e quantidade, se consistentemente realizado, chega a um ponto mediano, condensado, clusterizado, e que pode dar uma impressão de ser isto... Clique no termo para aceder à definição completa.
A agonia do contato com o real ocorre em três etapas, todas de impossibilidades"(ver também: real)... E não será difícil uma rápida reflexão para perceberemos que, na vida, o que consideramos serem impossibilidades não duram por muito tempo, pois estas nunca são dadas como definitivas pela mente humana.... Clique no termo para aceder à definição completa. E por serem impossibilidades é que não são admitidas existirem, e logo são tratadas de serem abafadas pelos que são mais sensíveis às dores existenciais – a esmagadora maioria. Por isso, são abundantes as formas
Esta capacidade da autoconsciência é que irá definir se a relação é boa ou não – pois o que interessa, mesmo, é a forma como as relações estão estabelecidas que darão elementos para uma escala de... Clique no termo para aceder à definição completa de anestesias
(Ver também: autoajuda) Anestesias são paliativos mentais que distanciam o sujeito incomodado pelo contacto com o real a fugir para as zonas seguras do possível, a se distanciar do impossível cruel e inegociável. As anestesias... Clique no termo para aceder à definição completa oferecidas obscenamente
"É o visceral, uma dimensão bem mais forte e superior ao obsceno. Enquanto o obsceno se manifesta na estrutura, e se dá não pela falta, mas sim pelo excesso de pudor existente, o visceral se... Clique no termo para aceder à definição completa a todos. E daí percebemos que este contacto com o real não é algo tão raro assim, até pelo imenso mercado que há de anestesias, e que todos passam a ser consumidores, mais cedo ou mais tarde, mais ou menos intensamente, mas sempre lá estarão, a se anestesiarem contra o que traz angústia e incerteza
O Universo é somente aquilo que conhecemos e que supomos existir - são todas as certezas ontológicas que comungamos coletivamente. Clique no termo para aceder à definição completa, impossibilidade e desertificação.
A estrutura também é vulnerável, sob esta ótica, visto ser uma criaçãoO Universo é somente aquilo que conhecemos e que supomos existir, com o acréscimo de nossas crenças e desejos, vontades e intenções, tudo representado metafisicamente em nossa mente por algo transcendente que parece ordenar o... Clique no termo para aceder à definição completa na qual os criadores podem todos estar vulneráveis ao ponto de deixar a estrutura ruir, quando passam a dar mais valor
Esta escala é uma ferramenta, possui uma função que é resolver sobre suas deliberações. E os valores da escala são os conceitos simples e sempre binários, que emergem da dimensão do que todos consideram como... Clique no termo para aceder à definição completa ao deserto do real do que à “Disneylândia” antes imaginada.”
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“A realidade, portanto, não é – e a realidade é o presenteA parte imanente da quarta esfera do esquema conceitual do possível. Clique no termo para aceder à definição completa, o devir, as instâncias da eternidade do momento. Enquanto ela não é, tudo o mais é – e tudo o mais é o passado que, por ser, está sempre presente. Nesta aparente contradição que nos faz perceber que o presente é, que somos, mas não em função do que esteja a ocorrer, apenas, mas sim do que tudo o que ocorreu, e que está a influenciar o presente, que é a duração
O tempo, afinal, não é o que temos, mas sim o que somos. O que temos são somente os instantes. E instantes não são o tempo, dado que o tempo é mobilidade e o instante... Clique no termo para aceder à definição completa, o conceito combatido e combalido de Bergson acerca da existência de uma multiplicidade qualitativa que estamos inseridos, sem darmos conta.” (em O Guia Cínico e Selvagem dos Jogos da Vida, Cap. V)
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“A ideologia surgiu com a proposta de compreensão do mundo tal como ele “não” é. E nem do que ele aparenta ser. Pois busca-se o que está por trás das aparências. Busca-se perceber a subversão da ordem estabelecida, pela açãoO compatibilismo mescla o determinismo com o livre-arbítrio, com uma “relatividade” para cada escolha que se faz, a assumir que certas deliberações serão mesmo determinadas, e assim o livre-arbítrio não será exequível.... Clique no termo para aceder à definição completa do marketing
O marketing basicamente incentiva o movimento da potência à imobilidade do ato. Faz agir ao prometer a saciedade no repouso do pleno desfrute. Clique no termo para aceder à definição completa, dos representantes
Elevados à representantes, viram sagrados, não pelas suas qualidades reais, mas pelas crenças alheias artificialmente semeadas e cultivadas. Clique no termo para aceder à definição completa, das leis, das normas
A estrutura surgiu como uma vantagem competitiva e logo precisou de regras que possibilitaram ir das “más” ameaças às “boas” possibilidades. Clique no termo para aceder à definição completa ou das demais regras. Enfim, buscam-se todas as questões relevantes que podem estar a ocultar ou distorcer a realidade. Mas por qual razão os ideólogos fundamentas a existência de tais distorções ou ocultamentos? Que algo é este que causa
"Há também o determinismo divino do filósofo holandês Baruch Espinoza (1632 – 1677), a partir de sua brilhante conceituação de causação imanente, em que a causa está no efeito, e o efeito está na causa,... Clique no termo para aceder à definição completa tal efeito, ou que é efeito de alguma causa?
Há a certeza sobre este algo, pois percebe-se este algo pela desordem momentânea, pelo caos inesperadoO estranhamento é uma anomalia, antes de tudo, de algo que diverge do esperado pela conformidade ideológica vigente. É uma quebra de fluidez que ocorre no devir, e faz parecer que o tempo pare de... Clique no termo para aceder à definição completa, pelo descontrole furtivo e outras instabilidade, como na hesitação
Surge com o acontencimento do estranhamento e é manifestada pela paralisação do agir, anomalamente ao esperado. Clique no termo para aceder à definição completa. Ainda que não se compreenda bem
O bem sempre é o alvo das atenções. O supremo bem é a cereja do bolo que o espírito obsessor promete, em todas as instâncias sociais que conhecemos. E se faz presente como supremo bem, para... Clique no termo para aceder à definição completa o que seja este o algo, lá está, a existir e a perturbar toda a ordem estabelecida. E também todo o fluxo de pensamentos. O algo é chamado de o real – e incomodamente lá está ele, indecifrável, a ser bloqueado pela ideologia
A ideologia é como um espelho “mágico” com capacidade de causar alterações na imagem refletida, ainda que nem sempre o faça assim. Clique no termo para aceder à definição completa. Ele existe, e este é o problema para todos nós, que tratamos de resolver com a ideologia.
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Mas, por que queremos ocultar a realidade? Pois o real é indesejado, caótico e impenetrável. O real é insuportável para qualquer um, pois é indecifrável e contraditoriamente nos parece um nada que tudo contém. E o incauto pensador pode perguntar: mas, se o real é assim, e é a ideologia que nos livra deste mal, então ela não seria algo necessariamente bom para nós? E eis uma pergunta capciosa, carregada de ideologia, e que correríamos o risco de cair no centro do dualismo moral com esta questão. A questão não é sobre ser bom ou não, mas sim sobre o conhecimento acerca da realidade, e da “irrealidade”.” (em O Guia Cínico e Selvagem dos Jogos da Vida, Cap. XVII)