glossário do esquema conceitual do possível serdual - subversões ideológicas

Subversões Ideológicas

Sobre as origens das subversões ideológicas: “As convivências sociais possuem valor pois passam a significar situações nas quais surgem as oportunidades, que são as possibilidades reveladas, tornadas acessíveis. Afinal, e são as oportunidades igualmente entes transcendentes a se permitem mais facilmente passar para entidades imanentes.

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E as oportunidades são, sensivelmente, mais numerosas nas esferas mais elevadas da estrutura, e mais escassas nas bases, para as massas, ao contrário das possibilidades. Não que não existam muitas possibilidades nas bases, mas são comuns, vulgares e, portanto, não valorizadas ou mesmo nem reconhecidas. Por isso, que todos são orientados a desejarem, ao mesmo tempo ascender na estrutura, pelo maior número de oportunidades que aparentam existir no topo. Mas logo hesitarão, pelas sensações que terão em relação às restrições de possibilidades menores. Ficarão entre a cruz e a espada, entre as oportunidades e as possibilidades, perdidos entre ato e potência, entre o mundano e o celestial, e isto é entre o imanente e o transcendente. Já surgem os requisitos para as subversões ideológicas,

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Será uma luta íntima pautada sobre uma questão de valoração de valores ambíguos. Alguns afirmam que os pequenos prazeres da vida são os melhores. Estes pequenos prazeres, tão propalados pela cultura massiva, que romantizam a “pobreza”, se assim considerados, são partes destas oportunidades vulgares. Um prazer de sentar em uma cafeteria e tomar um expresso é visto como um momento de prazer acessível a todos. É uma oportunidade, mas não chega a ser uma possibilidade. Pois, para ser uma possibilidade, a pessoa deveria ter a oportunidade de fazer isto em qualquer lugar do mundo, talvez em Paris, e não apenas no seu bairro. Assim, as oportunidades são mesmo restritas a um tempo e a um espaço, e não são como as possibilidades, puramente transcendentes. Essa é a verdadeira diferença que é crucial para percebermos as dinâmicas humanas.

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Há uma intenção oculta em valorizar o que é comum, de fazer as oportunidades se parecerem com possibilidades, pois assim se acomodam melhor as massas onde elas estão, e traz algum conforto a quem está desconfortável e insatisfeito. E não é raro ver cenas de romantização dos pequenos prazeres, em diversos filmes, ou obras literárias, em que os mais ricos se comprazem com as coisas mais acessíveis e vulgares, que os mais pobres não valorizam e estes, ao perceberem, se resignam um pouco com o que possuem. Atribuem aos pobres as oportunidades que estes sempre possuíram, mas travestidas de transcendências, como possibilidades. Não há, nunca, atos despretensiosos nas formas de cultura ou produção artística. Há que se perceber.

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E projetam que supostamente os mais pobres deveriam se sentir mais “felizes” por sempre terem tido isso, enquanto os ricos não possuem esta possibilidade. E é assim, por crenças projetadas, que se acomodarão melhor em suas posições desprivilegiadas, a confundirem oportunidades com possibilidades. Nada é inocente e despropositado, e é sempre bom relembrar isto, pois os desejos individuais e coletivos precisam ser geridos, e assim é feito, pela transvaloração da transcendência.” (em O Guia Cínico e Selvagem dos Jogos da Vida, Cap. X)

subversões ideológicas: Conteúdo Protegido.

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