O fim do túnel - Leonardo Coimbra e a finitude
Ética Filosóficos

Leonardo Coimbra e a finitude

I. Introdução: Leonardo Coimbra e a finitude

O pensamento de Leonardo Coimbra e a finitude sempre nos leva a uma indagação sobre as verdadeiras motivações, ou causas, que são prioritárias para se perceberem em seus escritos, sempre a serem estes ou filosóficos, ou literários, ou ainda melhor, simultaneamente filosóficos e literários, em três versões distintas de perceções e abordagens que ocorrem, a se alternarem, se ou se.

Se pensamos em causas, em Filosofia, ou estaremos no centro da metafísica, ou a tentar a nos distanciar dela, conceitualmente. Nunca as relações de causalidades são indiferentes à evocação metafísica, e é esta uma sensação que sempre temos, também, frente ao pensamento de Leonardo. Ou mergulhamos nele, ou buscamos nos afastar.

Sempre me pareceu que uma ou outra forma não seria muita produtiva. E a melhor abordagem seria perceber a própria estrutura psicológico-argumentativa do autor, a sua própria história. Assim, algo se explicará, mas nem tudo, em especial sua atuação nas questões políticas que foram relevantes no início do Século XX, em um Portugal que estava, no desejo de muitos dos intelectuais envolvidos nas causas políticas, a se transformar profundamente em busca de uma democracia republicana e liberal, mas sem o desejo de se deixar de ser o que sempre se foi, ao menos para Leonardo e sua “turma”, inspirada por Teixeira de Pascoaes, e que foram todos estes intelectuais responsáveis por grandes avanços do pensamento político que se fizeram tão necessários, e ainda hoje são.

Assim, percebe-se nele, a partir de um dado ângulo, a existência de uma determinada dialética hegeliana, triádica, em seus pensamentos: da (1) criação como sua tese, da (2) morte a resistir seus avanços, como antítese e da (1⸫2→3) saudade como síntese, que tanto rememora-se com ela quanto projeta-se no tempo. Foi Agostinho da Silva, muito influenciado por Leonardo, sempre, e pela sua “turma”, que nos disse que o português tem “saudade do futuro” e isto se reflete pela saudade de Pascoaes e de Leonardo, ao lermos pelas letras do próprio Agostinho as palavras revividas que dizem que «Portugal, depois do século XV, só vai ser grande naquilo em que continua a ser medieval»[1].

A saudade, portanto, não é passiva, amorfa, mas sim uma força bruta e motivadora, completamente ativa e voltada para grandes realizações que precisam surgir, possível quando a morte passa a ser percebida como ultrapassada, ao menos poeticamente. A saudade foi a síntese daqueles tempos, percebo assim, mesmo com oposições e resistências bem fundamentadas, como a de António Sérgio, que debateu fervorosamente com Pascoaes sobre a saudade, com suas justas certezas, mas sem nunca a extinguir da pauta filosófica. Pois a saudade, em si, é a própria síntese da ultrapassagem da morte, da finitude e não seria a razão ou a argumentação que imporia fim a ela, aqui a argumentar-se poeticamente sobre uma metafísica do impossível evidenciado. Isto justifica Leonardo ter, por exemplo, proferido sua mensagem já saudosista ao estipular que «o homem não é uma inutilidade no mundo feito, mas o obreiro de um mundo a fazer»[2].

É esta hermenêutica leonardiana que formulo e apresento, a confessar antecipadamente uma fragilidade na mesma, dada a sutileza subjetiva de uma poesia que se torna impossível de se retirar nos argumentos filosóficos, e que sempre esteve presente em Leonardo e que, assim, sempre poderemos perceber melhor algum peso filosófico quando há uma aproximação a partir de uma outra hermenêutica, agora literária, como se fosse possível retirar a razão do sentimento, em detrimento de uma práxis filosófica pura e simples. Por isso, há que se considerar uma múltipla dimensão leonardiana, a confrontar os resultados e as impressões obtidas, entre si.

Se há, algures, uma centralidade acerca da morte em sua Filosofia, até justificada, pelos muitos de seus comentadores[3], então há que se aplicar as questões literárias, ou psicológicas, que tratam do luto, em especial as fases emocionais que são identificadas quando nos confrontamos com a perda, com a finitude e a impotência de ultrapassar a derradeira morte. E assim farei, mas sem deixar de priorizar a hermenêutica filosófica, tal como creio que Leonardo tenha sempre feito.

E, por fim, este trabalho tem por propósito atender o ponto 2.1 do referido programa desta Unidade Curricular, nomeado de “A visão demo-liberal de feição espiritualista e especulativa de Leonardo Coimbra” e por isso, não poderia ser algo estritamente filosófico, racional e fechado em si mesmo, com o risco de perder a riqueza que há nas entrelinhas de suas argumentações saturadas de agonia, quase de dor resignada, com traços de lamentos e uma incansável busca por respostas que, aparentemente, nunca as encontrou, tal como nenhum de todos nós, humanos. Certamente que as respostas, para serem encontradas precisa, antecipadamente, de uma pergunta certeira pra lá se chegar.

 

II. Ato UM: a negação e o isolamento

Se pudéssemos considerar apenas um Leonardo, seria talvez o criacionismo o seu ponto inicial. Se tivéssemos mais de um Leonardo, haveria a questão da morte, da finitude a lhe fazer frente e a assumir a centralidade de todos os seus movimentos intelectuais. Mas há muitos outros “Leonardos” a serem explicitados conforme suas interações, pelos seus perambulares pela busca antropológica[4] da razão de ser do homem português, à qual está completamente inserido em tal portugalidade a ser conceitualmente reconstruída.

Sua própria intelectualidade pode também ser percebida como a negação da sua dimensão emocional, da fuga do confronto com o que não consegue compreender para fora da razão e, por isso, se refugia no que se pode perceber como uma Filosofia inusitada, tanto especulativa quanto espiritualista, a abordar questões que nunca poderão ser evidenciadas, verdadeiramente, mas que não se eximirá de arriscar caminhos que explique coisas como a vida após a morte, por exemplo, e ainda mais, como a comunicação com as mónadas dos mortos[5], ou dos espíritos de deixaram de “ter” um corpo. Até considera, a priori, que tais manifestações sejam elas mesmas fenômenos.

Mesmo quando lá está, a especular, o faz com dose extra de sua racionalidade e assim, cinde-se ainda mais, distancia-se de si mesmo, a fragmentar-se em muitos novos outros “Leonardos”. E isto é o seu negar-se a si mesmo, a provar estar sempre presente, mesmo sem nunca ter tido a intenção de se ausentar. Mas o faz a isolar-se produtivamente, a buscar estratégias para superar o que angustia a sua mente. E por que não também a se afastar do que fere a sua própria alma, dado que ela passa a tomar vida fenoménica?

Não há outra solução para ele, portanto, a não ser criar. Na falta de novos conceitos, passa a compô-los. Das composições, atinge novas formas filosóficas. Cria. E, para criar, precisa se isolar, e isolar-se passa a ser buscar a educação apropriada, o aprendizado multifacetado, a preparação necessária para enfrentar o desconhecido, mesmo que seja nos meios “espirituais”, como por exemplo no Espiritismo apesentado por Allan Kardec, então em voga, mas sem consenso, que afirma ser tanto “religião, ciência e filosofia”.

Eis que logo surge em Leonardo sua propensão para ensinar, para dotar os demais de seus ideais, difundir seus próprios desafios. Pois, para ele, criar parte de conhecer, de ter noções das ciências, das relações causais que regem o mundo, das “coisas” que fazem as “coisas” serem o que são. Mas ele não quer que as “coisas” continuem assim, e isto o faz desejar passar de criatura a criador. Passa a ser, comedidamente, também subversivo.

Nem todos percebem facilmente que o Criacionismo de Leonardo é também um ato de rebeldia à ideologia cristã, na qual define que há um único Criador, incriado, e tudo o mais são criaturas, criadas pelo único Criador que há. Simples assim, sem espaços para desdobramentos. O criar de Leonardo, então, passa a ser algo dimensionado como um acesso a uma categoria diferenciada, superior e que exigirá mais de quem aspira tal posição. Eis que sua relação turbulenta com a morte tem um ponto central, profundamente contundente, e sua luta íntima e intelectual é mesmo com Deus, antes de tudo, na condição em que este é apresentado como o Criador. Mas Leonardo quer, ele mesmo, ser também criador. Precisará se libertar, pois quer criar o que poderá vencer a finitude.

A sua negação, portanto, advém da própria condição humana de criatura. Não deseja nem aceita esta condição em suas primeiras divagações filosóficas, e mesmo durante a maior parte de sua vida, e deseja ultrapassá-la, e também ultrapassar todas as demais implicações que são oriundas desta condição inferior, tal como a finitude, a submissão à morte e à impotência frente à dor da alma, ao sofrimento do que se percebe ser a perda.

Assim, o seu abrigo intelectual positivista que o fez romper secretamente com Deus e com a condição de submissão, tem um ponto de rutura crucial em sua vida, que coincidiu, precisamente com a finalização de seu livro mais conhecido, O Criacionismo, em que poucos dias depois de finalizado, seu filho de quatro anos começou a adoecer e, lamentavelmente, logo sucumbiria à doença que o levou rapidamente à morte.

Houve, ali, para Leonardo, tal como para todos os que já tiveram uma experiência assim, a materialidade mais pesada da morte, do confronto com o maior dentre todos os seus maiores medos, e seria este evento a sua antítese mais profunda, que fez surgir um outro Leonardo, ainda mais saudoso e ainda mais fragmentado, mas também mais criador.

 

III. Ato DOIS: a raiva e a finitude

O ser humano, desde sempre, buscou evitar a finitude, seja pela criação de deuses, mitologias e outras crenças que sempre levam a uma forma de “acordo” sobrenatural ou até mesmo de consolo, para suportar a morte dos afins, e também a própria possibilidade de finitude. Há que se perceber, assim, que uma ideia de continuidade de vida após a morte é extremamente funcional para a estabilidade da vida percebida como tal.

A morte do filho e a necessidade de consolo à mulher[6], da mãe arrasada pelo rebento que se vai precocemente, e a cura da sua própria ferida, surgida nele, completamente exposta, o levou a usar de suas capacidades para investigar a legitimidade da vida espiritual, da continuidade de uma vida do espírito mesmo sem o corpo. Partiu para as ciências ditas como a Metapsíquica, atualmente chamadas de Parapsicologia. E logo ao Espiritismo.

Mas é preciso perceber que o Espiritismo, ainda que não seja mesmo Filosofia, surge como uma composta contraposição histórica, religiosa e positivista, para fazer frente ao materialismo marxista, e isto não foi nada inocente, e nem fruto de uma revelação divina, propriamente. A questão de ser atribuída validade ou invalidade às ditas “comunicações dos espíritos”, através dos processos compilados por Allan Kardec na Doutrina Espírita, é profundamente duvidoso e fora do escopo da metodologia filosófica. Pertence, antes de tudo, às verificações científicas que nunca aprovaram a veracidade de tais comunicações. Ainda assim, a considerar a compreensão dos motivos que levaram muitos intelectuais a se envolverem com o Espiritismo, no passado, é preciso perceber que há no espiritismo uma forte centralidade na (1) sobrevivência da alma, nas (2) leis de causa e efeito e na (3) evolução do espírito, além de outras questões de cariz comportamental.

A sobrevivência da alma, no Espiritismo, pode ser “evidenciada”, segundo seus próprios critérios, e tida como uma revelação, em que os próprios espíritos “são” capazes de se comunicarem, tal como Leonardo assinalou. Pois, se há comunicação, há o comunicante e por isso, há o espírito e a vida pós-morte. O mundo das ideias platónicas foi incorporado no Espiritismo, assim como foi no Cristianismo, como o Uno de Plotino, as noções do belo e tudo o mais que há no Cristianismo, com a diferença que, agora, são os espíritos que retornam à caverna para nos “salvar” com suas mensagens, sem intermediários e sem que os possamos matar, pois já estão mortos. A reminiscência platónica, assim, fica ultrapassável pelos novos mensageiros que “facilitarão” o acesso às ideias.

As questões da causalidade foram retomadas, na mais profunda metafísica, agora em dimensões práticas, em que os conceitos orientais de karma se fundem à metafísica aristotélica. Em que ato e potência assumem novas dimensões como espírito e como carne. E, por fim, à época de Darwin, das discussões sobre a evolução das espécies que levaram à inclusão da evolução do próprio espírito que, pelas dificuldades das vidas na carne, passam a expurgar seus passados e a evoluírem na escala espiritual e divina.

Assim, percebe-se que a evolução espiritual leva à perfeição e, com isso, a criatura pode atingir um status de perfeição, atribuído ao criador. Isso seria uma das formas de perceber a afinidade de Leonardo, bem como a esperança que o sofrimento que há aqui representa alguma prova ou expiação, que serve para um propósito elevado e, com isso, a vida começa a parecer que possui algum sentido superior. Aos sofredores, isto faz muito sentido e alivia a alma nos piores momentos da vida, quando se é capaz de acreditar em tais fundamentos. Afinal, no pensamento cristão, felizes são os que creem, pois a estes é destinado o Reinos dos Céus[7], quando poderão “renascer” na carne e evoluir.

Leonardo foi atraído por tais promessas, e promessas que aplacavam rapidamente todas as suas inquietações e dores. De forma intensa, adentrou às metafísicas todas, mas ainda a se refugiar na intelectualidade, na busca por respostas e comprovações. Tinha o seu limite e, a dado momento, percebeu a diferença entre suas próprias dores e a impossibilidade do entendimento e domínio sobre a morte. Logo perceberia[8] que seria, sempre, criatura, mesmo a propor o criacionismo.

 

IV. Ato TRÊS: a barganha e a criação como ultrapassagem

O período entre as publicações dos livros A Morte e A Luta pela Imortalidade, de 1913 a 1918, nos primeiros cinco anos de luto pelo seu filho, e pela sua busca metafísica, houve uma profunda transformação[9] em Leonardo, pois ao final, já começara a perceber sua impotência frente à proposta inicial de ultrapassar a finitude, pois de consistente, apenas a própria dor, e a própria finitude. Se em O Criacionismo ele havia fundado suas bases[10] filosóficas, não as poderia trair nas questões que lhe viriam a ser mais afins, na temática metafísica, e assim se manteve fiel, sempre, ao Criacionismo.

A sua barganha levou-o à exaustão, pelas faltas de evidências que tanto estava a buscar, se nunca as ter, obviamente.

 

V. Ato QUATRO: a depressão e a saudade

Por isso, uma forma peculiar de depressão se fez presente. Não uma depressão tal qual fosse uma patologia, mas sim aquela que é remetida à saudade, ao sentimentalismo e, portanto, às forças propulsoras e evolutivas que dela emergem. Esta é a origem de sua faceta política, de relações, de ideais e de parcerias.

Mesmo antes de lançar O Criacionismo, e da perda de seu filho, se reúne com figuras como Pascoaes, Jaime Cortesão e Álvaro Pinto com o objetivo de fazer frente às demandas que a República trouxe ao panorama político português. Nascia, ali, a Renascença Portuguesa, que logo teria na revista quinzenal, “A Águia”, sua forma argumentativa a dar vazão a toda as contingências que havia em suas mentes.

Por isso, as forças políticas que havia em si logo mesclaram-se, nos anos vindouros, às temáticas da finitude. Não haveria motivos a não ser prosseguir, a ensinar, a assumir cargos de alta responsabilidade, como o de Ministro da Instrução Pública, a fundar a “nossa” Faculdade de Letras, dentre tantos outros feitos que não poderia ser realizado por alguém taciturno e acuado, mas sim por uma mente expressiva e ativa nas formas possíveis. Como podemos perceber, como todos os muitos de seus comentadores também perceberam, há uma comunicação dualista entre a sociedade e a individualidade leonardianas.[11]

 

VI. Ato CINCO: a aceitação e a conversão católica

E, assim, Leonardo segue, e prossegue, e atinge um ponto em que aceita a finitude, e percebe sua força intelectual submissa enquanto criatura. Volta-se, portanto, ao seu processo de reaproximação do Catolicismo e faz ritualmente a sua “reconversão”, ao reafirmar seus votos matrimoniais e a batizar seu novo filho, dias antes de morrer, em um acidente de carro. Há que se perceber, em tudo o que podemos identificar na linha do tempo de vida de Leonardo, uma certa sincronicidade nos acontecimentos de sua vida, as formas expressivas de seus pensamentos e os acontecimentos políticos e sociais de Portugal.

Parece, apenas parece, que tudo seguia um roteiro, por vezes macabro, que levaria a um ciclo de questões, buscas e aceitação da realidade que há, quando o ciclo se finda e Leonardo, logo a seguir, ao fim de um ciclo, parte da vida, tal como seu filho foi, a segmentar uma série de acontecimentos que nos faz refletir sobre o que justamente nos une: a efemeridade, a incerteza e a ignorância sobre o devir. Isto é o mais impressionante no legado de Leonardo: uma busca que, afinal, será sempre dada como perdida, mas que há sempre isto, que é o próprio legado, que precisa ser percebido como a face da imortalidade que todos podemos atingir.

 

VII. Conclusão: Leonardo Coimbra e a finitude

As questões democráticas e liberais, sob uma hermenêutica leonardiana, nos leva a instâncias em que as possibilidades se mostraram como tudo na vida dele, com muita sincronicidade. A Renascença Portuguesa, A Águia, as contendas de Pascoaes com Sérgio, as questões múltiplas de Pessoa, na riqueza que este traz ao cenário literário como instrumental filosófico e o futuro, saudoso, a ser aguardado por uma geração que se propôs a construí-lo, sem nunca ter percebido que, ainda assim, nunca teriam feito o que fizeram sem que tivessem em si todo o romantismo possível de existir com a dimensão positivista que tanto prezavam.

Em dois mundos, numa dualidade intensa e complexa, Portugal se afirmava no seio de uma geração que foi um portal para as transformações que logo ocorreriam, numa indispensável cronologia que, afinal, tornou-se logo assíncrona, descompassada, a representar a saudade não mais o futuro, mas o passado último que a Renascença representou e que até hoje representa. Eis sua importância, indiscutível.

 

VIII. Bibliografia – Leonardo Coimbra e a finitude 

Coimbra, Leonardo.

O Criacionismo. Esboço de um sistema filosófico, Renascença Portuguesa, Porto, 1912.

A Luta pela Imortalidade, Renascença Portuguesa, Porto, 1918.

A Morte, Renascença Portuguesa, Porto, 1913.

Dimas, Samuel. «A filosofia do conhecimento de Leonardo Coimbra», Cultura, Vol. 29 | 2012, 11-23.

Gama, Manuel. «O mistério da morte-imortalidade em Leonardo Coimbra». Braga: Editora: Universidade do Minho. Centro de Estudos Humanísticos (CEHUM), 1994. Disponível em https://hdl.handle.net/1822/28399.

Gonçalves, Joaquim Cerqueira. A razão em «A razão experimental» de Leonardo Coimbra. Didaskalia, 17(1), 1987, 51-56. https://doi.org/10.34632/didaskalia.1987.881

Leal, João. Nação e império: Agostinho da Silva e as Festas do Espírito Santo. Práticas da História, 2017, (4), 75-111.

Magalhães, António de. «A Perenidade do Pensamento Filosófico de Leonardo Coimbra». Revista Portuguesa de Filosofia, 1956, 12(4), 337–359.

Morujão, Alexandre Fradique, «O Sentido da Filosofia em Leonardo Coimbra», in Revista Portuguesa de Filosofia, 39, 1983.

Silva, Agostinho da. “Reflexão à Margem da Cultura Popular Portuguesa” in Ensaios sobre Cultura e Literatura Portuguesa e Brasileira, vol. I. Lisboa: Âncora Editora, 2000 [1957], 25-87.

Teixeira, António Braz. O Criacionismo e saudade no pensamento filosófico de Leonardo Coimbra. Didaskalia. Lisboa, 1987, 17:1, 119-127.

 

Notas: Leonardo Coimbra e a finitude 


[1] Agostinho, 2000, p.48.

[2] Coimbra, 1912, p.5.

[3] «E, dentre o homem a-esclarecer, aparece em grande plano o problema da Morte». Gama, 1994, p.4.

[4] «O pensamento de Leonardo Coimbra é fundamentalmente antropológico e, ainda quando se amplia ao cosmos, é sempre em função do homem que o contempla, estuda e admira». Magalhães, 1956, p. 338.

[5] «…duas ordens de fenómenos. Nuns há manifestação de uma mónada viva dirigindo um sistema estranho (sugestão, hipnotismo, transmissão de pensamento, etc.); noutros parece haver manifestação duma mónada de morto por um sistema estranho, que actua imediatamente (fala de uma língua desconhecida ao médium, escrita directa pelo lápis, etc.) ou indirectamente (pancadas de mesa, etc.).». Coimbra, 1912, pp. 295-296 apud Gama, 1994, pp. 7-8.

[6] «O meu livro ‘A Morte’ é um compromisso entre o meu método e os teus desejos… Por ti [Minha querida esposa] trabalhei, para ti muito especialmente procurei provas experimentais e acessíveis do meu pensamento metafísico». Coimbra, 1918, p. 10.

[7] «Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.» Bíblia online, João 3:3, acedido em 01/06/2022 pelo link https://www.bibliaonline.com.br/acf/jo/3

[8] «…depois da sua labuta indagadora, incluindo a via do espiritismo, em tentar levantar o véu do mistério da Morte, acaba por compreender que o Mistério é, simultaneamente, antídoto à monotonia da vida e seu próprio aliciante». Gama, 1994, p.15.

[9] «Comparando os conteúdos de A Morte (1913) e de A Luta pela Imortalidade (1918), vemos um acontecimento trágico – a morte de seu primeiro filho – a marcar o horizonte de ambos, mas enquanto o primeiro estudo é marcado por um optimismo intencional, o segundo ensaio está repassado por sentimentos de dor e desolação.». Gama, 1994, p.6.

[10] «Para isso vai proceder à distinção prévia entre noção e coisa. A ciência não será de coisas, mas de noções. O senso comum é que possui uma tendência a considerar ideias, representações, sensações, à maneira das coisas, dotando-as de uma consistência que só estas últimas comportam. E a supor como válido o que apenas se deixa captar ao jeito das coisas.». Morujão, 1983, p.3.

[11] «a ontologia criacionista opõe-se declarada e reiteradamente tanto ao evolucionismo como à ideia da unidade do ser, ao admitir que este é plural e múltiplo e que cada uma das suas regiões essenciais — matéria, vida, consciência — não é redutível nem derivada das anteriores, se bem que as contenha, excedendo-as. Esta pluralidade de seres ou mónadas constitui uma sociedade ou sistema de relações, unificado por um centro ideal, um ser de pensamento que é a sua ordem e razão… Daqui retira o filósofo a conclusão de que o amor é a própria essência da realidade, o incriado sustentáculo dos mundos, o transcendente apelo à unidade que, assim como faz do universo, da matéria à consciência, uma sociedade, já que em todo ele há uma reciprocidade interactiva, um permanente convívio…». Teixeira, 1987, pp. 121-122.

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