Manifesto SerDual

Existir plenamente é a nossa ambição e proposta, e já à partida deixamos isto bem claro em nosso Manifesto SerDual. Mas o que é isto, de facto? O que é existir plenamente?

Acreditamos que o maior mal deste milênio seja a INEXISTÊNCIA – que, na melhor das hipóteses, é uma existência parcial, dadas nas sombras da estrutura, e sem perspetivas de melhoria. E é contra isso que estamos a combater, pois buscamos meios para que quem desejar voltar a existir, que possa dar fim a sua própria inexistência.

Contra a inexistência

Ser inexistente é estar desalocado da estrutura existencial: existe-se por ter um corpo, mas inexiste por não ter uma alocação tal como deseja ou como se percebe ser. É um estado de inadequação, maioritariamente causada pelo desconhecimento de como o jogo da vida se dá, e quais são suas regras. Com o tempo, a ignorância não tratada da inexistência só aumenta e o sentimento desolador torna-se constante. Até se atingir a total invisibilidade estrutural pois muito dela passa a fazer parte do impossível, pela sua incompreensão.

Isso ocorre com todos, mais ou menos intensamente. Ao ponto de que muitas pessoas que parecem felizes não se sentem realmente assim. Ou mesmo nunca se sentiram ao menos vivas, a existirem plenamente. Apenas simulam algo que julgam ser uma existência plena. A felicidade idealizada é mais um dos conceitos mundanos que mais aprisionam do que libertam.

A favor do inexistente

O inexistente não é alguém fracassado, pelo contrário, é um resistente. Os fracassados é que insistem em afirmar uma positividade que se torna tão artificial que chega a ser tóxica. O inexistente não é um doente. E não há cura para a inexistência, pois ela não é uma doença! Curas são apenas para doenças.

A inexistência só é um problema quando ignorada, quando desprezada. A condição de inexistência – tão natural quanto a própria vida – é o nosso ponto de partida, para perceber que o “problema” não está no indivíduo, mas sim na estrutura. O “mal” é acreditar que a individualidade é livre e responsável por tudo o que ocorre com ela. Não é, mas um dia quase já foi. E é este movimento que buscamos resgatar, a dar uma nova dignidade ao indivíduo – é este o nosso manifesto existencial como seres duais.

Com um propósito desde sempre

A SerDual nasce com este mesmo manifesto dos inexistentes, dos que querem mais da vida, mas não ao ponto de entregarem o que lhes resta de humanidade e decência. É para quem não quer mais se submeter aos jogos que sempre jogou sem nunca sequer saber quais suas regras. A SerDual não é somente para aqueles que não querem apenas ganhar, pois isto é irrelevante, mas sim para quem não quer mais continuar a perder, ao menos sem saber o motivo pelo qual tem perdido vezes e vezes sem conta. É para quem quer viver a continuar a jogar bem o jogo da vida, e viver assim é existir plenamente.

E uma estratégia

A nossa estratégia é a conscientização, o pensamento, e as nossas investidas são na Filosofia, na Psicologia e na Psicanálise. Mas também na Ética, na Antropologia, na Sociologia, na Política. E em todas as formas de interpretações do que realmente sejam as dimensões dos sagrados individual e existencial, da força que nos move para frente e que nos mantém existentes. Há algo aí, neste sagrado existencial, mas não é bem o que insistem em nos convencer… mas logo você descobrirá o que é.

Para além disso tudo, buscamos desenvolver metodologias para perceber os nossos fluxos da vida. E o Mapeamento Existencial passa a ser a nossa principal ferramenta para percebermos a nossa atual alocação e a nossa orientação, a dar-nos alguma liberdade e prazer existencial.

E com fundamentos, sem “achismos”

Todos os conhecimentos e técnicas são e precisam sempre serem fundamentadas. Assim, a obra central não é apenas o esquema conceitual do possível, apresentado no livro O Guia Cínico e Selvagem dos Jogos da Vida, mas também todas as formas do conhecimento que se mostram úteis de serem apreendidas em nossas atividades.

Retomaremos, senão ao controle da própria vida, ao menos à consciência de nossa própria existência. E poderemos superar dentro de uma saudável comunidade problemas que se parecem comuns, que se afinizam, e nos deixa mais humanos, solidários e despertos para a vida.

Que venham as melhores batalhas!

Que comecem os novos jogos da vida, pois agora já percebemos suas regras!

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