Consciência - modelos gráficos
Ação-Mente-Linguagem Filosóficos

Uma abordagem gráfica ao metaproblema da consciência

Abordagem gráfica do metaproblema da consciência

O artigo de David Chalmers – O metaproblema da consciência (traduzido para o português, em livre tradução) – pode ser acedido aqui, para consulta. Caso queira consultar o artigo textual na qual esta Abordagem gráfica do metaproblema da consciência se baseou, poderá acedê-lo por aqui.

“…O problema inicial de Chalmers é dado pela questão «Como e por que os processos físicos no cérebro dão origem à experiência consciente?»[8]. Por experiência consciente, entende-se exatamente o mesmo conceito que Thomas Nagel definiu em seu famoso e consistente artigo, Como é ser um morcego?, em que define a consciência como os processos que representam que “haja algo em que seja como estar neste este estado mental”.

Assim, a consciência é “percebida” também como uma dimensão fenoménica, por um status que passa a ser configurado a partir das experiências, em primeira pessoa, dos sentidos, das sensações corporais, das imagens mentais, e também das experiências emocionais e do fluxo corrente de pensamentos que “nunca” são cessados, quando neste estado consciente. Todas estes fenómenos, obviamente privados, assim considerados, são percebidos serem imediatos e passíveis de serem relatados, em primeira ordem, tal como veremos adiante e foram, e ainda são, os mais explorados filosófica e cientificamente. Destes problemas, os que são os possíveis de serem explicados ou sistematizados serão sintetizados como o problema “fácil”[9]. O problema fácil se refere ao “como” da questão inicial de Chalmers, que passa a ser a questão «como os processos físicos no cérebro dão origem à experiência consciente?». É procedimental, esquemático e funcional.

O problema difícil, distintamente, se referirá ao “por que” da questão inicial de Chalmers, e configurará uma resposta à questão «por que os processos físicos no cérebro dão origem à experiência consciente?». O problema difícil é essencialmente teleológico“, ontológico“, talvez metafísico, e fundamentado a partir da experiência consciente baseada no problema fácil, quando surgem as funções comportamentais e os relatos da consciência que levarão «à perceção e à afirmação de se estar consciente».

O problema difícil quer responder às questões apontadas por Chalmers: «por que todo esse funcionamento dos mecanismos cerebrais é acompanhado pela experiência consciente?» e «quando o sistema cerebral está configurado para desempenhar essas funções objetivas, por que há algo que é ser um sistema, do ponto de vista subjetivo?».

O problema difícil é o que gera suas próprias questões, acerca da compreensão de sua própria complexidade. E tais questões são definidas por Chalmers como os relatos mentais que são as coisas que dizemos sobre a consciência, como a própria constatação de ela ser um problema difícil, ou a incapacidade de declará-la como física, ou com a constatação de que o comportamento que temos não a justifica. Os relatos são os limites da consistência ontológica que darão início à jornada de Chalmers e, por agora, a nossa.

Por isso, o metaproblema que é representado inicialmente pela questão «por que pensamos que a consciência é difícil de explicar» passa a uma segunda aproximação e passa a ser representado pela nova questão: «o metaproblema é o problema de explicar os relatos de problemas», pois Chalmers percebe que uma solução ao problema difícil seja, obviamente, difícil, e queira resolver antes o metaproblema para que, assim, ainda que não resolva o problema difícil, possa lançar luz[10] (shed light) ao mesmo…” (CLIQUE AQUI PARA LER O ARTIGO DE LEANDRO ORTOLAN, NA ÍNTEGRA)

«Temos modelos introspetivos implantando conceitos introspetivos de nossos estados internos que são amplamente independentes de nossos conceitos físicos. Esses conceitos são introspetivamente opacos, não revelando nenhum dos mecanismos físicos ou computacionais subjacentes. Nossos modelos percetivos atribuem percetivamente qualidades percetivas primitivas ao mundo, e nossos modelos introspetivos atribuem relações mentais primitivas a essas qualidades. Parece que temos conhecimento imediato de que estamos nessas relações mentais primitivas com qualidades primitivas, e temos a sensação de estar familiarizados com elas.» 

David Chalmers (Clique aqui para aceder ao artigo traduzido)
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